domingo, 11 de outubro de 2009

Take A Nice Break from Work


"Comunicação não Verbal"
"O poder de uma peça de roupa"
"Teoria do Homem Nasce Nu"

A comunicação é a forma mais ampla de interacção sobre o meio social no qual vivemos.
É também a forma mais utilizada pelo “ser humano” para expressar e compartir todo o tipo de sentimentos, raciocínios, incertezas, certezas, duvidas e afectos.
É a ferramenta fundamental para a nossa sobrevivência e integridade social.
Neste termo (comunicação) estão inevitavelmente inseridos todos os tipos de comunicação possíveis, dentro das quais existe algum destaque por minha parte, pela comunicação não verbal.
È sobre a forma de comunicação não verbal que vai incidir o meu tema.
Muitos saberão, e outros não tanto, que a minha formação académica vai ao encontro de um termo chamado Design, mais precisamente Design de Moda e têxtil.
Para quem ainda pensa que esta área é dotada de uma futilidade e desprendida de qualquer utilidade social e pessoal, está bastante enganado.
A minha visão sobre este mundo de brincar às roupinhas, como muitos lhes chamam, alcança uma importância crucial na sociedade em que vivemos e na minha vida.
Deixem-me explicar-lhes de forma simples o destaque de uma peça de roupa.

Tudo começa com a minha "Teoria do Homem Nasce Nu".

Imaginemos um grupo de 20 pessoas nos tempos mais longínquos em que o homem chegou à terra, desprovido de qualquer bem material e qualquer objecto que o pudesse abrigar do frio ou distinguir socialmente.

Então encontramos 20 humanos nus e “todos iguais”, fazendo o seu quotidiano e sobrevivendo às piores e melhores condições atmosféricas e de sobrevivência.
“Sem distinções e invejas entre eles.”

Até que um dia inesperado existe uma tal criatura que sofrendo com as condições atmosféricas e ressentindo no seu corpo os ataques do meio ambiente, decide sair de casa com uma pele de animal cobrindo-lhe os ombros e protegendo-a do frio.
É neste preciso momento que se gera um conflito social.
Encontramo-nos com 20 pessoa que antes eram iguais e agora se encontram com um desequilíbrio que os distingue.
Assim começa a distinção social em que chegamos a um ponto que apenas 1 de 20 estará nu e os demais utilizaram objectos do seu dia-a-dia para abrigar-se do frio, mas sobretudo distinguir-se da igualdade que estavam acostumados a ter.

A capacidade distintiva e comunicativa que a peça de roupa possui é extraordinária, ultrapassa todas as barreiras da necessidade e adquire uma essência de exploração de sentimentos e remarcar uma personalidade muito própria e individual que nos distingue.

Incrível como um objecto desprendido de palavras, consegue “por si só” comunicar algo.

Suponhamos uma rapariga de 17 anos, uma de 21 e uma senhora de 43.
Entram as 3 na mesma loja e todas elas se dirigem à mesma peça de roupa e a decidem comprar.

Muda apenas o tamanho que usam, porque a nível de cor, forma, detalhes a peça de roupa continua a ser a mesma.
O mais curioso é que estas 3 pessoas, com faixas etárias distintas, com gostos em comum ou não, com trabalhos, educação e modo de vidas similares, ou não.
Todas elas receberam um tipo de mensagem assim que visualizaram a peça de roupa e todas a compraram.
A questão incide sobre o modo como um objecto conseguiu atingir um publico alvo desejado, ou não, captar a sua atenção e transmitir uma mensagem que posteriormente o receptor assimilou segundo a sua personalidade.

Esta é a razão principal pela qual a minha área me apaixona.
O poder que possuo de criar uma peça de roupa baseada nas inspirações que capto no meu dia-a-dia, nas pesquisas e estudos a nível de tendências mundiais e sociais criadas e estudas por outras mentes, podendo desta forma dar vida ao meu objecto.

Hoje em dia a utilização de uma peça de roupa não atinge apenas um vínculo de necessidade social, passou a ser directamente o meio de distinção e exteriorização de uma personalidade que acaba por nos distinguir como indivíduos.

A mesma peça de roupa é utilizada por nos de um forma única, pessoal e intransmissível.

Sendo a frase “todos diferentes todos iguais” a forma mais precisa de descrever a sociedade que vivemos, afinal de contas não é justo apontar e criticar alguém pelo que veste.
Cada um é individual ao ponto de ser único e por consequência ser socialmente dependentes, somos o que somos pelo que vestimos, comemos, usamos, consumimos e lutamos.
Mas no fundo todos somos iguais nem melhores nem piores que os outros que nos rodeiam.

Amo o que faço e isso distingue-me dos de mais ou me sobrevaloriza de alguma forma?! A resposta é não.
Ninguém sabe, nem eu própria, se daqui a uns tempos esta area me apaixonará igualmente...e terei de mudar^^

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