sábado, 3 de outubro de 2009

Era um vez...




Hoje estive no meu cafezinho da porta azul, ao qual gosto de ir tomar um chá e escrever as minhas teorias sobre tudo e nada^^


Era uma vez…

Assim começam “todos” os contos mágicos e maravilhosos de uma inocente infância.
Pois, a minha infância vai longe e com algumas imagens ofuscadas, no entanto algumas possuem a mesma nitidez que o tempo não conseguiu apagar.
Passados alguns anos, a minha infância já vai longe, a minha história continua a ter o mesmo inicio inocente de um conto maravilhoso.
Pois bem…Era uma vez…uma menina, uma criança, uma mulher, uma pessoa, um ser humano…apresento-me sob todas as formas e denominações que possa atribuir a quem sou.
O propósito não é descrever-me como o faria em qualquer formulário que me pudesse dar uma imagem social do que sou.
Podia ser algo ou alguém, mas continuo sem saber o que sou e porque estou aqui.
Alguém decidiu que eu deveria nascer e poder formar-me como pessoa. Esse quem, aparte dos meus pais, eu não sei quem foi nem muito menos o propósito da sua escolha.




A verdade é que me encontro cada vez mais intrigada com este tipo de questões que formam parte do meu dia-a-dia.
Perguntam-se que tipos de questões me passam pela cabeça?! Mais tarde saberás.




Há medida que o tempo passa cada um apercebe-se que a felicidade (paz) e harmonia são dois conceitos que juntos com o amor nos permitem alcançar uma plenitude connosco e com a vida.
Pergunto-me muitas vezes se estes três conceitos existem ou se apenas temos a ilusão da sua presença?
Serão apenas conceitos inventados para podermos assegurar a nossa integridade física e espiritual?
Onde está a inocência dos tempos em que o “Era uma vez…” adquiria os mais variados sentidos no seu estado mais puro.
Acredito que cada um nasce dotado dos três (paz harmonia e amor) conceitos primordiais como dados adquiridos que apenas necessitam de uma dedicação e trabalho para que não nos deixem de acompanhar com o passar dos anos.
No entanto, somos invadidos por tentações e artimanhas desleais à medida que crescemos.
E nessas armadilhas da vida acabamos por cair e perder muitas das vezes o controlo e a noção da realidade. Tornando-nos seres insatisfeitos. Passamos a encarar a vida como uma luta e procura dessa paz, harmonia e amor que vamos deixando no esquecimento.



Passamos de seres inocentes a seres insatisfeitos que procuram e ao mesmo tempo se perdem pelo caminho.
Procuramos algo que esquecemos que possuímos.



Esquecemos de trabalhar dia trás dia esses valores que nos permitem conseguir lograr coisas impossíveis.
Todos corremos porque em teoria e prática (da vida actual), não podemos desperdiçar um segundo, corremos numa corrida contra o tempo em busca da felicidade e amor.
Caímos na ilusão de que quanto mais consumo e conhecimento mais íntegros nos sentimos.
A verdade é que tudo não passa de uma ilusão, não necessita-mos de correr e procurar em objectos e pessoas essa dita felicidade.
Afinal apenas necessita-mos de parar e pensar que o que procuramos já o temos.
Deste modo, os objectos e as pessoas passam a ser objecto da nossa felicidade e não a ser o condutor que nos pode dá-la.
Muitos encontramo-nos insatisfeitos, vazios e perdidos, muitos procuram preencher esse vazio com o que foi criado e é objecto de perdição.
Pergunto-me se alguém pensa nisto?! Pergunto-me se os que o fazem não o começam a encarar como uma forma de vida que poderia em grande parte solucionar grande parte dos problemas que possuímos, já que fomos nós o objecto causador de tais problemas, seja a que nível for.



Não é estúpido? Não é objecto de gozo a futilidade que adquirimos? Não é hilariante e irónico como “todos os problemas” que existem são objecto da nossa atitude e do nosso ridículo?


Entra-me vontade de rir cada vez que penso no absurdo que o ser humano pode chegar a ser, no meio de tantas perfeições e complexidades que possui.



A frase usada muitas vezes pelos políticos “Está nas Tuas Mãos decidir.” na altura das campanha eleitorais, requer um pouco mais de atenção.
Não porque seja um momento decisivo o voto, mas porque o uso de expressões como esta passou a utilizar-se de forma banalizada.


Até os políticos, vistos por mim como seres ridículos, a usam com mérito. Muitos de nós por vezes acreditamos e deixamo-nos levar por esta frase, que soa perfeita aos nossos ouvidos, depositando a esperança de que os mesmos possam mudar a nossa vida.


Não se torna já bastante evidente o patético que fazem com as suas campanhas eleitorais.
Somo nós os únicos que em conjunto com os demais podemos mudar algo para melhorar a nossa vida.


Isto veio a propósito das campanhas eleitorais que se realizaram em Portugal, já que um companheiro do trabalho me perguntou se eu não ia a Portugal para poder usufruir do meu direito ao voto.


Obviamente não pude evitar deixar escapar uma gargalhada, eu que considero os políticos objectos de ridículo onde a seriedade e confiança não estão presentes.
Como posso eu depositar o meu voto de confiança em alguém se sou eu a primeira a admitir que ate em nós próprios algumas vezes não podemos confiar?!


Acredito que existam aqueles que o façam também com a consciência de que afinal é sempre mais fácil fazer um voto de confiança plena noutra pessoa, para que assim quando algo corra mal, possam ser os primeiros a apontar o dedo e a critica.


A comodidade é um dos factores mais curiosos, passamos as nossas responsabilidades aos demais para que possamos dormir mais tranquilos.
Eu chamar-lhe-ia cobardia e medo de enfrentar as próprias decisões e acartar com as devidas consequências. Vergonhoso quando nos deitamos na cama com a consciência tranquila, acabando por sermos ignorantes e apáticos para com a nossa integridade social.


Vivemos uma vez, não duas, nem três…porque pensam que eu escolhi o título de Era uma vez…? Eu afirmo a vida com esse lema, sou consciente de que toda ela se resume nessa frase.


Se cada um de nós fizesse uma autobiografia como se intitularia? Nada mais perfeito e adequado a cada um de nós que este titulo.


No outro dia no trabalho uma companheira, que também se chama Maria Inês, disse “O teu maior inimigo és tu mesmo”.




Isto deu-me que pensar...afinal somos nós mesmos que com as decisões que toma-mos escolhemos o caminho para o qual nos dirigimos.



Fico-me por aqui...não que este post tivesse que fazer sentido, apenas foram os apontamentos das coisas que tenho aprendido, dos pensamentos que tenho formulado sobre certos assuntos (aqui nao explorados) e sobre a partilha de visões com as pessoas.

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